Para apoiar filho autista, pai entra na faculdade com ele e os dois se formam em Direito
Redação 14 de novembro de 2023 0 COMMENTS
Família é família, não é mesmo? Quando se deu conta de que o sonho do filho Lucas era ser advogado, o técnico industrial Luís Felipe Weberling decidiu entrar na faculdade e estudar junto com ele. Diagnosticado com Asperger – autismo de grau leve, esta foi uma maneira de apoiar o filho, que poderia sofrer certo preconceito. Cinco anos depois, eles acabam de se formar juntos!
Pai e filho acabam de se formar na Faculdade de Direito do Espírito Santo, em Vitória. Aliás, e que vitória, né? A colação de grau irá acontecer em fevereiro de 2021 e nós já calculamos o grau de emoção que será para esta família!
Lucas sempre sonhou em seguir a mesma profissão da mãe, que já é advogada. No entanto, junto com o sonho veio a preocupação, afinal, ele já havia sofrido um histórico de preconceito na escola em relação à sua condição. “No primeiro dia de aula, eu estava tremendo. Estava muito ansioso para saber como seriam as coisas, como lidar com isso. Era tudo muito novo para todo mundo. No início foi muito difícil”, relembra o pai.
Mais velho de 3 irmãos, Lucas foi diagnosticado com autismo quando tinha 12 anos. Apesar dos desafios deste percurso de 5 anos de faculdade de direito, hoje ele conclui que a presença do pai foi mais do que fundamental para esta conquista. Isto porque, mesmo com todos os tratamentos para melhorar sua coordenação motora, ele sofreu preconceito e bullying na escola, muito por conta de seus problemas de socialização.
Desta vez, no entanto, a presença do pai lhe fortaleceu. Logo no primeiro dia, quando chegou aquele momento em que todos precisam se apresentar frente aos outros, Lucas revelou que era autista, mas que não enxergava a condição como um fator de limitação.“A professora chamou todo mundo na frente da sala para se apresentar e eu falei o meu nome, disse que era autista, decidi fazer o curso de direito e que contava com a ajuda de todos. A gente evolui como pessoa e como sociedade através da convivência e inclusão”, desabafou”, conta o recém formado.
Hoje com 23 anos e uma carreira inteira pela frente, ele se deu conta de que, com a ajuda e compreensão dos outros, não há barreiras para os autistas e pretende inspirar jovens na mesma situação que ele. “Não existe uma barreira que o autista não pode alcançar. Se ajudarem e tiverem alguém para acreditar nele, ele pode mudar o mundo. Sinceramente, eu acho que é isso que o mundo está precisando: de mais pessoas como nós”, completa.
Fonte: A Gazeta
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