Lixo revela problemas na gestão de 16 cidades do Amazonas; confira lista
Redação 7 de junho de 2022 0 COMMENTS
Manaus/AM – Após 12 anos de espera, a regulamentação Plano Nacional de Resíduos Sólidos prevê o incentivo à coleta seletiva, reciclagem, a redução na geração de resíduos, a eliminação dos lixões, a logística reversa, entre outros pontos, aguarda agora a implementação das medidas. Mas na maioria dos municípios brasileiros, como do Amazonas, a gestão do lixo é uma questão urgente ainda não tratada com a atenção devida.
Esse é o ponto chave do livro cujo título é “Resíduos Sólidos: Municípios do Estado do Amazonas 2019”, que reúne um panorama da gestão, gerenciamento e destinação dos resíduos sólidos de 16 municípios do Amazonas.
O livro reúne a gestão dos resíduos sólidos das cidades de Anamã, Anori, Borba, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Coari, Itapiranga, Manaquiri, Maués, Nhamundá, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Silves.
Organizado por professores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), sob a coordenação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Júlio Corrêa Pinheiro, o livro foi lançado ontem, segunda-feira (06), durante o seminário “Gestão Pública de Resíduos Sólidos: desafios e oportunidades”, que contou com a participação do presidente do TCE, Érico Xavier Desterro e Silva, da diretora do meio ambiente do TCE, Anete Marque; e da gerente de projetos da organização dos Estados Ibero-Americanos, Telma Maria Teixeira da Silva, além do reitor da UEA, André Zogahib.
O livro é fruto de conversas com os professores da universidade, liderados pelo professor e diretor da Agência de Inovação (Agin) da UEA, Antônio Mesquita, a partir dos trabalhos de controle ambiental que o TCE realiza desde 2010 como auditorias ambientais na área de resíduos sólidos, conservação, manejo florestal, licenciamento ambiental e abastecimento de água.
De acordo com Júlio Pinheiro, faltaram visitas a muito mais lixões dos que os dos 16 municípios visitados. “ Aí é só uma amostragem, mas vai servir como parâmetro para que possamos demonstrar o que acontece não só aqui no Amazonas, mas também nos 5.580 municípios do Brasil”, explicou.
Sem implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o destino final dos resíduos no País é dramático.
“Não temos aterros sanitários e um ajuste e tratamento correto dos resíduos. Então o que acontece? Uma série de problemas de ordem socioambiental além de saúde pública, considerando que os lixões são reservatórios de doenças”, observa.
Pinheiro acredita que as batalhas para a implementação do Plano no Brasil são grandes. “O lixo não tem para onde ir a não ser que a gente encaminhe mecanismos de beneficiamento. Temos tudo para produzir e estabelecer a política do lixo zero. Vejo com muita tristeza a falta de vontade política para implementar a correta destinação dos resíduos. Falta vontade, mas, acima de tudo, falta senso de civilidade das pessoas”, disse.
Os professores que integram o livro são Anete Jeane Marques Ferreira, Lany Mayre Iglesias Reis, Sérgio Augusto Meleiro da Silva, Janete Lapa Aguila, José Luiz Sansone, Antônio de Lima Mesquita, Carla Souza Calheiros, Fábio de Sousa Cardoso, Jacklene Briglia Amoédo, Júlio Assis Corrêa Pinheiro, Nádia Verçosa de Medeiros Raposo, Neliane de Sousa Alves, Raimundo Claudio de Sousa Gomes, Regina Yanako Moriya, Rubelmar de Azevedo Filho e Valdete Santos de Araújo.
A capa da obra ganhou a ilustração do pintor e escritor amazonense Rui Machado e com o prefácio do autor do anteprojeto de resíduos sólidos, Fábio José Feldmann.
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